quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Jardim Botânico em números

O bairro do Jardim Botânico não é o mais popular e nem o mais populoso da cidade carioca, mas como todos os lugares, nele encontram-se dados que o torna peculiar dentre os demais locais.

Com uma área territorial de 268,92 ha, o bairro é um dos poucos que conservam o verde presente desde o fim do século XIX, quando foi criado. Dos 53,17 % de Área Natural, 35,06% são de floresta. Grande parte devido ao Parque Jardim Botânico, um dos principais incentivadores de preservação do meio ambiente no bairro. Áreas legalmente protegidas chegam a 1.030.276,73 m2.

De acordo com o Instituto Pereira Passos (IPP), os dados de 2000 mostram que pouco mais de 20.000 pessoas moram no Jardim Botânico. O IPP revela que o número de homens é ligeiramente inferior ao de mulheres.

O total de domicílios fica em torno de 10.000, sendo 68% particulares permanentes, 18% coletivos e 9% improvisados. O numero de casas chega a 2.000 e de apartamentos 5.254.

Na área da saúde temos uma surpresa agradável. A taxa de mortalidade no bairro é nula, diferente de muitas outras regiões da cidade, onde recém-nascidos morrem pela falta de estrutura de hospitais ou clinicas. Em 2005, 216 crianças nasceram sem nenhum tipo de problema, sendo 101 do sexo feminino e 115 do sexo masculino.


Mais informações no site http://www.rio.rj.gov.br/ipp/

Guilherme Alt

quinta-feira, 8 de novembro de 2007


O dia do Caos

Espaço JB ouviu Diego Moraes, aluno do terceiro período de Comunicação Social da PUC-RIO. Diego falou principalmente do trânsito nas últimas semanas da Rua Jardim Botânico devido às chuvas e o bloqueio do túnel Rebouças, como mostra a reportagem abaixo.

Espaço JB: Diego, onde você mora?

Diego: Sou de Macaé, mas atualmente moro em Niterói por causa da PUC.


Espaço JB: Essas duas últimas semanas, a principal rua do bairro Jardim Botânico teve um trânsito acima do normal devido ao fechamento do túnel Rebouças. Como isso te afetou?

Diego: O bloqueio do túnel afetou e muito a minha vida nessas últimas semanas. Normalmente eu demoro entre 1h e 1h e 30 min para chegar à PUC. No dia em que começaram as chuvas fiquei 4h30 dentro do ônibus 996. Demorei 2h só para chegar à Rua jardim Botânico e mais 2h30 para atravessá-la.

Espaço JB: O que você sentiu nas mais de 4 horas em que ficou no ônibus?

Diego: Senti muita angústia, frio (por causa do ar-condicionado) e um sentimento de inutilidade. Inútil porque não pude fazer nada além de esperar. Quando olhava pela janela, via a Rua Jardim Botânico parada, nenhum carro se movia, ate os motoqueiros não andavam com medo de cair em um bueiro ou buraco na pista. Um caos total. Foi a primeira vez que eu vi a cidade do Rio de Janeiro totalmente parada.

Espaço JB: O tempo em que você ficou no ônibus prejudicou-o em relação às aulas daquele dia ou outras atividades que você faz?

Diego: Prejudicou sim. Eu estagio no Estúdio de TV da PUC, meu horário é de 9h às 13h, por causa do trânsito só consegui chegar 12h30minh. Fui direto almoçar, nem passei no trabalho, felizmente não perdi nenhuma aula, mas fiquei chateado de ter de assistir apenas uma aula, as outras duas foram canceladas devido às chuvas. Foi um dia perdido.

Espaço JB: Qual foi a sensação de sair do ônibus após o estresse do trânsito, principalmente na Rua Jardim Botânico?

Diego: Foi uma sensação de alívio. Depois de quase cinco horas dentro de um ônibus gelado com o 996, finalmente eu pude andar outra vez. Minhas pernas estavam dormentes e até doeram um pouco quando dei os primeiros passos.


Espaço JB: Como foi a volta para casa?

Diego: Para minha surpresa foi muito rápida. Demorei apenas 1 hora para chegar à Niterói. Acho que devido ao caos durante o dia muita gente desistiu de ir para o trabalho ou faculdade e voltou para casa, seguindo as recomendações das autoridades.


Espaço JB: Segundo a CET Rio a Jardim Botânico foi a pior rua em relação aos congestionamentos na quarta-feira, 24. Nos dias que se seguiram o trânsito continuou ruim na Rua?

Diego: Continuou. Durante o tempo em que o túnel Rebouças esteve fechado era difícil se locomover, mesmo em horários de menor fluxo de carros. Para chegar na hora do meu estágio tive que sair 1 hora ou 1h e 30 min cedo do que normalmente saio. De manhã estou levando cerca de 2 horas para chegar à PUC, perco cerca de 40 minutos só na Jardim Botânico. A noite é mais complicado.a média é de 3 horas para chegar em Niterói, mas já demorei 3h30. Na Rua Jardim Botânico perco entre 1 hora e 1 hora e meia.


Espaço JB: se tivesse de fazer um pedido para amenizar o trânsito na principal rua do Jardim Botânico ao prefeito e vereadores, qual seria?
Diego: Pediria para construírem uma rua que servisse como válvula de escape em dias como esses. Eu sei que é difícil, mas alguma coisa te quem ser feita. Uma cidade como o Rio de Janeiro não pode ficar refém de dois túneis e mais cinco ou seis ruas para que o trânsito flua normalmente.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O Jardim Botânico pelo olhar de moradores e admiradores

Espaço JB ouviu os estudantes de cinema Francisco Gomes, 19, morador do Jardim Botânico e Clara Milosky de publicidade, 18, da PUC-RIO, freqüentadora do bairro, e contaram como é a experiência de morar e de visitar o local, respectivamente.

Para Francisco o bairro evoluiu em termos de espaço, número de habitantes e comércio. Geralmente nos fins-de-semana o estudante, assim como muitos residentes, em sua maioria, jovens, gosta de ir ao Boteco Belmonte, ao Bar Espelunca Chique ou Devassa sempre acompanhado de amigos. Nesses locais, comer um bom sanduíche, assistir a jogos de futebol, tomar uma cerveja depois da aula ou depois de uma semana agitada ou simplesmente sair com os amigos, são ocasiões que o fazem ter a presença garantida durante os fins-de-semana. Morador da Rua Nina Rodrigues (transversal à Jardim Botânico), Francisco prefere esses lugares por estarem localizados perto de sua casa, pelo ambiente agradável e por ser sempre bem atendido.

Alem de sair para se divertir, o estudante também realiza atividades físicas, e faz cursos no bairro do Jardim Botânico. No Clube Militar, Francisco malha em torno de 2h de segunda a sábado. No Parque Lage, Francisco realiza algum cursos, como fotografia, importantes para sua habilitação na faculdade. Quando sai para comprar roupas, livros o estudante prefere outros lugares. Devido às poucas opções do bairro nesses termos e principalmente com preços elevados ele geralmente faz compras em Copacabana ou no centro da cidade.

O trânsito, os “pegas”, e a pouca variedade comercial são os principais pontos fracos do local, aponta Clara, freqüentadora do bairro. Para a estudante de 18 anos, muita gente não sabe da realização das Corridas de Rua, realizadas na principal rua do bairro, porque não há ênfase na divulgação dos acidentes, os quais ocorrem freqüentemente. Em termos comerciais, a loja de eletrodomésticos Ponto-Frio é uma das poucas opções no bairro, lojas de roupas e livrarias praticamente não se encontra. O engarrafamento constante, principalmente quando chove, é a principal causa de aborrecimento para grande parte das pessoas que moram, freqüentam ou passam diariamente pelo Jardim Botânico.

Francisco e Clara encontram um ponto em comum sobre o bairro quando dizem que apesar de muitos problemas o Jardim Botânico é um lugar tranqüilo, muito bonito e com um índice de violência baixo (o que hoje em dia, na cidade do Rio de Janeiro chega a ser impossível). Para Clara, a paisagem natural que o bairro preserva, e o incentivo que o Parque Jardim Botânico dá para a manutenção da natureza do lugar deixam-no ainda mais convidativo.

Guilherme Alt

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Opinião Pública

O trânsito é o principal problema do Jardim Botânico. Pela rua principal, de mesmo nome, passam diariamentecerca de 400 mil veículos, 150 mil nos horários de rush. Espaço JB entrevistou 12 moradores do bairro e seis responderam que o excesso de automóveis nas ruas, o barulho e a falta de alternativas para melhorias no trânsito é o principal problema e requer uma atenção especial o mais rápido possível. Para advogada Simone Amara, o trânsito piorou muito depois que o bairro foi “invadido” por bares e restaurantes.

Alem do trânsito, outra sugestão para melhorar o bairro é a chegada de um cinema. Quatro entrevistados, entre eles o estudante Felipe Rauta, 25 anos, disse que um cinema seria ótimo. Para Felipe, mesmo que fosse algo do gênero Estação Unibanco, os filmes a serem exibidos não deveriam ser estilo “Blockbusters”. O também estudante Pedro Bello de 23 anos diz que o serviço deveria ser completo, mais cinemas, estacionamentos rotativos e boates.

Sobre as opções de lazer muitos entrevistados entre 16 e 25 anos recomendam o bar Espelunca Chique. Localizado na Rua Jardim Botânico, 129 o bar é basicamente freqüentado por jovens e nunca está vazio. Em dias de jogo da seleção brasileira de futebol ou dos 4 principais grandes clubes do Rio, a 4ª rodada de cerveja é grátis, o que faz com que o bar sempre esteja lotado. Bares e botecos estão no topo da lista da maioria, além do Espelunca Chique, o Boteco Belmonte, o bar Central da Ponte, e o Conversa Fiada também são outras opções de lazer. Pessoas entre 30 e 65 anos preferem um programa mais light. Os casais com filhos costumam levá-los ao Parque do Jardim Botânico, assim como pessoas mais idosas. O Parque é um ótimo local para se fazer um piquinique ou para caminhadas. Alem de ser um ótimo lugar para estudar também, segundo alguns universitários que de vez enquando utilizam a tranqüilidade do parque para se concentrar nos estudos.

O que preocupa a maioria dos moradores, assim como toda a população do Rio de Janeiro é a violência. Em meados de Abril o bairro viveu uma onda de assaltos, principalmente na Rua Lopes Quinta. Carros e lojas foram roubados além de alguns moradores terem sido rendidos por bandidos e terem seus pertences roubados. Daniel Marques de 28 anos disse que já se deparou por duas vezes, com ações contra seqüestros-relâmpagos na Rua Jardim Botânico. Daniel lamenta e diz que infelizmente nenhum bairro esta longe da violência.

Guilherme Alt

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Um lugar chamado Jardim Botânico

São 137 hectares, sendo 54 deles de área cultivada. Esse é o espaço que o Instituo de Pesquisas Jardim Botânico do Rio Janeiro tem para realizar suas inúmeras funções. Funções essas que não se resumem apenas em cuidar das 8.200 espécies de plantas existentes no local. Cerca de 300 pessoas trabalham para que o parque possa receber em média 400 pessoas de segunda a quinta-feira e nos fins de semana e feriados entre 1.000 e 2.000 pessoas. São 14 empresas que atuam em parceria com o Jardim Botânico: Aliança do Brasil, Antonio Bernardo, Banco Dresdener, BBM, Brasil Telecom, Caixa Econômica Federal, Cobra tecnologia, Embeleze, Escola Nova, Leite de Rosas, Natura, Light, Texaco, Petrobras e Tramontina. As empresas patrocinam determinado espaço do parque e se tornam responsáveis por aquele local.

Entre outras empresas, a Natura é responsável pela parte Aléia das Andirobas; Escola Nova pelo Parque Infantil; a Petrobras pela Equipe de Jardinagem e carros elétricos e a Tramontina pelo Chafariz das Musas e Fontes Wallace. Inaugurado em 1935, o Roseiral (apoiado pela Leite de Rosas), em 2004, passou por um complexo processo de revitalização e ganhou novas roseiras. O dinheiro das parcerias é usado em benfeitoria do parque.

O Jardim Botânico possui um lugar especifico para shows, peças de teatro e exposições, o Espaço Tom Jobim. Em datas comemorativas como o Dia da Árvore (21 de setembro) ocorre caminhadas por diversas áreas do parque, além de palestras e workshops. Uma das principais atrações do local é a Aléia Barbosa Rodrigues (Palmeiras Imperiais) por ser o cartão postal do parque.

Muitos animais são vistos no Jardim, uma enorme quantidade de aves (tucanos, lavadeiras, tico-ticos, beija-flores, rolinhas, pardais, garças) Caxinguelês (esquilos), macacos- pregos, sagüis e gambás podem ser vistos especialmente nas jaqueiras. Preguiças, lagartos e uma variedade enorme de borboletas podem ser encontrados pelo arboreto.

O Horto, localizado na Rua Pacheco Leão 2.040, é aberto ao público para venda de mudas de 09h às 11h e de 14h às 16h, segunda a sexta. A relação das mudas estão disponíveis no site do Jardim Botânico. O Herbário, criado em 1890, com cerca de 420.000 amostras de plantas é uma das maiores coleções do Brasil. Contém cerca de 600 exemplares de tipos nomenclaturais das plantas e uma coleção de 900 fotos desses tipos.

Se o visitante quiser levar alguma lembrança ou algo para ler sobre o local, o Jardim Botânico tem lojas de souvenires e uma livraria no Centro de Visitantes, localizada no portão da Rua Jardim Botânico nº 920. Caso esteja com fome o visitante pode optar entre o Café Botânico e o Quiosque, as duas lanchonetes do local.

De 08 às 17hs o parque é aberto para visitação do público. A entrada custa R$ 4,00 para maiores de 7 anos, inclusive estudantes. Menores de 7 anos e maiores de 60 anos têm gratuidade. Pessoas carentes também obtêm entrada grátis, desde que mandem um fax ou mandem uma mensagem através do site do Jardim Botânico, explicando a situação. São 80 vagas no estacionamento do parque, carros pagam R$5,00 e vans R$ 7,00.

Maiores informações no site: http://www.jbrj.gov.br/
Guilherme Alt

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Fuja da Hora do Rush

A Rua Jardim Botânico é uma das principais vias de ligação entre a Zona Sul e o Centro da cidade do Rio de Janeiro e a Barra da Tijuca. Espaço JB entrevistou o cabo Durval e o Sargento André, oficiais do 23ª Batalhão da Policia Militar, e conferiu as principais informações sobre o trânsito no local, por onde trafegam todos os dias entre 300 e 400 mil automóveis.

De segunda à sexta, a chamada hora do rush – quando a rua ganha um fluxo intenso de automóveis – ocorre em dois horários: entre 7h e 9h e entre 17h e 19h. A principal via do bairro fica mais tranqüila entre 11h e 14h e a partir das 22h. Sábado e domingo são dias mais calmos e as retenções, quando ocorrem, são muitos poucas. O trânsito se mostra intenso no período da manhã porque milhares de pessoas saem de suas casas para chegar ao local de trabalho usando os meios de transporte públicos e particulares. No fim do dia, essas pessoas voltam do trabalho para suas casas, tendo novamente um engarrafamento.

Para o cabo Durval, somente um rodízio de automóveis para reduzir o fluxo, além de muita paciência. O oficial fez uma referência ao rodízio que acontece na cidade de São Paulo, dizendo que a idéia é muito boa e é extremamente necessária para a cidade carioca. Além de reiterar as palavras do Cabo Durval, o Sargento André disse que o motorista que quiser escapar do trânsito da rua Jardim Botânico pode pegar a Avenida Borges Medeiros ou seguir pela Orla.

Um dos principais motivos que causam as longas retenções no bairro é a perda de uma das pistas da Rua Jardim Botânico sentido Centro, para a pista a adjacente no sentido Barra da Tijuca. Os oficiais disseram que o fluxo sentido Barra, na hora do rush, é muito maior do que a sentido Centro, por isso a solução é aumentar esse lado da Rua.

Sobre as questões de acidentes, eles afirmam que dificilmente ocorrem, porque a rua é muito bem sinalizada e tem bastantes semáforos. Um fator contraditório ao baixo número de acidentes na rua é que a maioria dos motoristas é multada porque fala ao celular enquanto dirige e por avançar os sinais de trânsito. Pessoas que certamente estão em dia com seus anjos da guarda.


Guilherme Alt