GUILHERME ALT é aluno do quarto período de Jornalismo e estagiário do Estúdio de Tv da PUC-RIO. Atua na parte técnica de Iluminação, como Diretor e Câmera em trabalhos para alunos e professores da faculdade.
THIAGO CASTANHO é aluno do quarto período de Comunicação Social na PUC do Rio, músico e tem trabalhos fotográficos. Também é morador do bairro retratado neste espaço.
Era início do século XIX e a Europa estava em fase de muitas tensões. Napoleão Bonaparte, buscando uma forma de atingir a Inglaterra, proibiu que os países do continente comerciassem com a ilha, ameaçando a quem desobedecesse de sofrer uma invasão do exército francês. A desobediência portuguesa em relação às ordens de Napoleão é a primeira página da história do bairro do Jardim Botânico no Rio de janeiro.
Fugindo da fúria francesa, a família real portuguesa aportou no Rio de Janeiro em 1808. Dom João VI, não muito depois de sua chegada, resolve construir uma fábrica de pólvoras na cidade que agora era a capital do império. O local escolhido para a fábrica era em terrenos que outrora foram de Rodrigo de Freitas. Não à toa, a Lagoa de Sacopenapã acabou ficando mais conhecida pelo nome do proprietário das terras que a cercavam.
No terreno pantanoso das margens da lagoa, cercado de montanhas da imponente serra do mar, a fábrica foi construída com a força de trabalho dos negros africanos e mestiços brasileiros. Dom João decidiu também criar um jardim que aclimatasse o local para que se mantivesse, em melhores condições, especiarias orientais na cidade. Nascia então o Jardim Botânico.
O Jardim só viria a ser aberto ao público sob a gestão de D. Pedro I. Nesta época, houve uma explosão na fábrica de pólvoras, que foi transferida do bairro. Começa aí a tomar forma o bairro que receberia o nome do parque que ocupa grande parte de sua área. Mas o nome tardou a ser utilizado. Em 1913, por exemplo, ficou registrado que Vinicius de Moraes nascia no bairro da Gávea. A casa situava-se, na verdade, na Rua Lopes Quintas, a uma quadra do Jardim Botânico.
A partir do espaço do Jardim Botânico, o bairro ganhou moldes e foi se popularizando. No Século XVI, existiam fazendas e engenhos localizados no "Jardim da Gávea", do qual faziam parte os atuais bairros da Gávea, Jardim Botânico e Lagoa. O local só obteve maior evidência no cenário carioca quando, em 1871, a Cia de Ferro Carril do Jardim Botânico estendeu suas linhas até lá. O bonde circulava 13 quilômetros, vindo o Largo das Três Vendas (atual Praça Santos Dumont)
Em 1920, o parque do Jardim Botânico perdeu uma grande área para a construção do Jockey Clube Brasileiro e deixou de se estender até a Lagoa Rodrigo de Freitas.
A história ainda está viva no bairro. Até hoje está guardada no parque o tronco da “Palma Mater”, plantada por D. João VI em 1809, atingido por um raio em 1972. Pelo bairro, também se pode bater de frente com Tom Jobim, em estátua, como na época em que compunha músicas inspirado pela natureza do ambiente.
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